O PRESÉPIO
Sentada ali sozinha e desprezada
A embalar o filho que chora faminto
E a implorar ajuda aos que passam rindo.
É Natal! A calçada é fria e a noite vai ser longa.
Dobram os sinos da matriz
Ali bem perto nas casas da fortuna
Taças brindam o
nascimento do menino Deus
Todos se abraçam. Trocam presentes..
Agora a mulher e a criança choram juntas
Ela ergue os olhos para o céu
E murmura uma prece de dor e desespero
Que teima em não sair da garganta
De repente vindo do nada
Alguém chega e senta-se ao seu lado
Acaricia a criança e entrega a mãe o leite ainda morno
E comem algo em silencio
Eis que surgem entre
as sombras
E juntam-se sorrindo
e felizes
Três amigos do infortúnio
Trazem presentes
Uma garrafa de vinho barato,
Uma pequena boneca de pano
E algumas flores baldias
Agora ela abre um sorriso
Todos se abraçam na noite fria
Ao longe ouve-se o apito de um guarda noturno
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