A GRANDE FARSA DA GUERRA DO
IRAQUE
Passaram-se dez anos e ainda
assim os invasores comemoram este crime contra o povo iraquiano. Milhares de
vitimas foram ceifadas pela cobiça das grandes empresas de petróleo. O povo
iraquiano foi humilhado e violentado. A sua historia guardada em museus foram
saqueadas.Bombardearam mesquitas,hospitais e escolas e a desculpa era a mesma “um
pequeno erro de calculo”.Ora! quem liga para a morte de crianças mulçumanas,velhos
e feridos em hospitais?O único sangue que importava para os invasores era o da
cor negra.O petróleo.
Hoje passados dez anos,
pergunta-se: O que fizeram com esse país? E emenda-se outra serie de perguntas:O
que farão com a Líbia,o Afeganistão e futuramente com a Síria? A opinião
sensata define como rapinagem e um grande meio de se assessorarem das riquezas desses países, o petróleo e
outros minerais nobres.
A mídia teve um papel
importante nesses crimes.Enganar a opinião publica.Aqueles noticiários urgentes
da TV Globo, sempre quando justificava os bombardeios criminosos como “Ataque
dos aliados”, querendo fazer uma alusão aos aliados na segunda guerra mundial
contra o nazismo. – Quanto cinismo! -Quanta falta de pudor!. Exaltavam o George
Bush como um ícone da libertação e da democracia.Falando em democracia. Até
hoje não consigo entender que espécie de democracia funciona nos EUA e em
relação aos seus “aliados” no Oriente Médio, onde se praticam ditaduras cruéis.Qualquer
eleição que não atenda seus interesses é fraude e um motivo para uma
intervenção. Agora eles viram-se para o seu quintal.A America do Sul.Já entraram
na Colômbia e vão se cosolidar no Paraguai para dali controlar o Cone Sul,
Brasil,Argentina,Uruguai e Chile. Suas baterias estão voltadas para a Venezuela.
O sistema de votação na Venezuela é um dos mais seguros mundo,segundo
observadores,mas mesmo assim ele não reconhecem a vitoria de Nicolas Maduro,apesar
de tentarem a todo custo derramando milhões de dólares nos três dias que
antecederam as eleições, em favor do seu pupilo. O Capriles. Ninguém duvide
se não está em curso uma invasão nesse país, para se apossarem do seu petróleo
e daí no futuro colocarem o Brasil nesse “embrulho” visando ocuparem a Amazônia
e o nosso pré sal. Muy amigos nós temos acima do Equador.
Hoje a Amazônia brasileira tem mais ONGs
estrangeiras do que índio, como diz o exagerado filosofo Juca “mela o bico”,
frequentador assíduo do boteco do Zé “papa figo”, mas hoje por lá já existem no
mínimo uma cinco mil e na esmagadora maioria oriundas dos EUA e de países
europeus e as brasileiras geralmente na sua maioria são subsidiadas por elas. O
Juca “mela o bico” sempre questiona: Índio morre de sede? Passa fome?Tem
problema de seca? É claro que não. No Nordeste o povo passa
fome,sede,vive em favela e na miséria total. – sabem quantas ONGs estrangeiras
existem no Nordeste? ZERO. – Não é estranho? – Diz ele enquanto engole de vez
uma “branquinha” (cachaça). Outro dia ele desafiou: - Passo três dias sem beber arriscando a minha vida (para ele é um enorme sacrifício), se alguém me disser um país, grande exportador de pepino ou de melancia foi invadido. Ainda hoje ninguém ganhou a aposta
Leiam com atenção o desabafo de
um oficial britânico que participou da invasão do Iraque
O QUE FIZEMOS COM O IRAQUE? O REMORSO DE UM VETERANO
JAMES JEFFREY
DO "GUARDIAN"
DO "GUARDIAN"
Iraque. Todos nós já estivemos lá, dez anos já tendo se passado desde
aquela corrida para atravessar as areias mesopotâmicas, em março de 2003.
Uma de minhas melhores recordações do tempo passado
ali foi de uma patrulha feita ao meio-dia em 2004 nas ruas de Al Amarah, uma
cidade na província de Maysan, no sudeste do país. A temperatura passava de 40º
C, linhas de sal de transpiração evaporada cobriam meu uniforme de deserto, e
todos os músculos do meu corpo estavam doloridos.
Quando o grupo fez uma pausa, vi um homem iraquiano
saindo de um barraco. Ele se aproximou de mim com um grande sorriso estampado
no rosto, carregando uma bandeja metálica sobre a qual havia um copinho de chá
fumegante e cheio de açúcar.
"Shukran jazelan", eu disse, agradecido e
entre lábios rachados, tomando o chá mais saboroso de minha vida.
Eu diria que há alguns pontos a serem aprendidos
com aquele incidente. O caso ressaltou a cordialidade e hospitalidade inatas
dos iraquianos, que tende a ser comum entre os habitantes do Oriente Médio. De
modo geral, os muçulmanos são pessoas amigáveis, sociáveis. E, em vista do grau
de boa vontade com que fomos recebidos, o incidente revela a magnitude da
traição cometida pelos militares da coalizão e, por extensão, pelas populações
dos países que os enviaram ao Iraque.
Hoje em dia não acho fácil olhar um iraquiano nos
olhos, e não vejo como muitas pessoas nos EUA e Reino Unido consigam fazê-lo.
Minha carreira no Exército britânico durou nove
anos, começou em 2001 e abrangeu a debacle do Iraque do começo ao fim. Qual é o
sentimento que fica num veterano da guerra do Iraque? Para mim, para começar,
um sentimento de culpa coletiva por ter participado de algo que causou a morte
de estimados 120 mil civis e demoliu um país.
E isso é antes mesmo de mencionarmos o sentimento
de culpa pessoal por fracassos individuais. Para mim, o fato de não ter dado
atenção a uma mãe iraquiana na entrada do campo Abu Naji, nos arredores de Al
Amarah, quando ela veio perguntar sobre o paradeiro de seu filho detido numa
operação algumas noites antes, é apenas um dos exemplos.
Realmente não sei o que aconteceu com o filho dela,
e uma verificação superficial junto à sala de operações indicou que ninguém
mais sabia. Mas até hoje não me conformo por não ter me esforçado mais para
fazer algo por ela.
Tratava-se, afinal, de uma mãe perguntando por seu
filho --um custo emocional e doloroso que continua presente no caso de cada
homem iraquiano, insurgente, "raghead" (termo pejorativo para indicar
árabes ou outros que usam turbantes) --ou qualquer outro rótulo redutivo que
empregássemos-- que abatemos a tiros ou bombas, que interrogamos, algemamos,
encapuzamos, etc.
Não há como desculpar meu comportamento, mas, ao
tentar me aferrar a alguma justificativa do que estávamos fazendo, eu já tinha
começado a sentir que o empreendimento inteiro --e meu papel nele-- era
equivocado. Esse sentimento se intensificou com o passar dos anos, também
durante minha segunda passagem pelo país, em 2006, que culminou com a
compreensão aflitiva de que o imperador estava nu.
Todo aquele discurso desgastado e aqueles conceitos
grandiosos de construir uma nação e levar democracia a ela, tudo isso
desmoronou sob a realidade triste e a ausência de sentido que encontrei no
Iraque.
Amigos meus foram mortos em helicópteros derrubados
ou decapitados por veículos em movimento. Mães iraquianas choravam alto e
batiam com os punhos no peito, enquanto os oficiais (dos quais eu fazia parte)
se aferravam a sua soberba militar. Soldados foram deixados sem controle, com
toda sua ignorância belicosa, e as forças especiais agiam livremente, sem
freios.
Os empresários que cumpriam contratos para o
governo americano demonstraram cobiça e ineficiência espantosas quando puderam
preencher cheques nos valores que bem entendessem, e o Departamento de
Desenvolvimento Internacional do governo do Reino Unido mostrou que seu título
era tão impróprio quanto foi equivocada a frase "missão cumprida", de
George H. W. Bush. E a lista continua.
É claro que houve pessoas corajosas e de atitude
profissional no meio dos muitos grupos e instituições acima citados. Essas
pessoas fizeram o melhor que puderam, e até mesmo realizaram algo positivo.
Mas, lamento dizer, coletivamente falando --e é isso o que conta--, o que foi
feito não foi bom o suficiente, nem chegou perto disso. Nosso fracasso em
cumprir nosso dever em relação ao povo iraquiano foi colossal.
Acho que poucos de nós compreendemos quão graves
eram --ou ainda são-- as disputas sectárias que continuam na esteira de nossa
intervenção fracassada.
Terá a guerra sido um experimento social em escala
internacional? Ou uma aventura do tipo romântico, imperial, para saber se ainda
possuíamos a força para algo assim? Será que alguém poderia me explicar? Mas o
mais importante seria que alguém explicasse aos iraquianos.
Tudo isso torna nossa conduta atual ainda mais
imperdoável. As omissões e os fracassos passados estão sendo agravados por algo
que talvez seja o maior crime do Reino Unido: fazer o papel de Pôncio Pilatos e
praticamente se abster da reconstrução do país que ele ajudou a desmembrar.
O consulado britânico em Basra, onde prestei meu
período de serviço militar inútil em 2006 e de onde se deu a vergonhosa
retirada do Exército britânico em 2007, foi fechado no final de 2012. Não
estamos exatamente fazendo grande esforço de reparação.
Some-se a isso o fato de que falar no décimo
aniversário na realidade é certa hipocrisia, considerando que o Iraque foi
criado em 1920 como mandato britânico. Foi um período muito longo de
interferência equivocada britânica. Mas o engraçado --talvez seja a única coisa
engraçada que resta-- é que os iraquianos provavelmente não vão rejeitar a
possibilidade de trabalhar com empresas britânicas, por exemplo, no futuro. É
aquele lado hospitaleiro deles.
Acho que nunca voltarei a encontrar o homem do chá,
nem saberei o que foi feito dele. Mas, apesar de todos os fracassos e os
remorsos, tenho grande desejo de rever o cintilante rio Tigre em Al Amarah,
algum dia. Era um lugar lindo, quando ninguém estava atirando em nós. E o povo
era simpático.
Tradução de CLARA